segunda-feira, 18 de julho de 2011

Cooperativismo e seus símbolos

Uma sociedade de pessoas que se unem voluntariamente para fazer frente às suas necessidades e aspirações econômicas, sociais e culturais em comum por meio de uma empresa de propriedade conjunta e democraticamente controlada. É com esse princípio que cooperativas são organizadas prezando não apenas resultado econômico, mas também desenvolvimento social, ou seja, melhoria da qualidade de vida. A cultura cooperativista busca, assim, desenvolver a capacidade intelectual das pessoas de forma criativa, inteligente, justa e harmônica, visando melhoria contínua.
Muitos países desenvolvidos descobriram há décadas a função essencial do cooperativismo como instrumento de geração de renda, trabalho e diferencial de aumento de produtividade. Segundo dados da Aliança Cooperativa Internacional (AIC), estima-se que 800 milhões de homens e mulheres são sócios de cooperativas em todo o mundo. Além disso, pelo fato de os negócios cooperativos serem importantes não somente para seus sócios e colaboradores, mas também para seus familiares, o total de pessoas que, direta e indiretamente, têm suas vidas ligadas ao cooperativismo é estimado em 3 bilhões.
No Brasil, o Sistema Cooperativista Brasileiro, consolidado desde 1971 pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), integra hoje cerca de 6,7 milhões de cooperados, ligados a mais de 7,5 mil cooperativas de 13 ramos de atividade econômica. O cooperativismo, a cada dia, passa a ocupar espaço maior no cotidiano dos cidadãos e das empresas. Há cooperativismo na cultura, na produção industrial, no transporte, na agricultura e em todos os ramos que possibilita que os cidadãos façam do seu trabalho a forma de se desenvolverem e criarem melhores condições de vida.

Símbolo do Cooperativismo
Círculo
Eternidade da vida. Não há princípio nem fim.
Pinheiro
Imortalidade, perseverança e fecundidade.
Verde escuro
Plantas e folhas. O princípio vital da natureza
Amarelo
O sol, fonte de luz e riqueza.
Os dois pinheiros
A necessidade de união e cooperação.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

COMUNISMO-COOPERATIVISTA

Cooperativismo surge dentro do Comunismo mais puro praticado em toda história da humanidade. No livro bíblico de Atos dos Apóstolos, em seu capítulo 2 e versos 42 a 47 (ver também capítulo 4 e versos 32 ao 37) podemos conhecer o surgimento mais genuíno do comunismo-cooperativista. “Todas as coisas lhes eram comum” isso determina uma forma de gestão política, econômica e social praticada pelos que se convertiam dando origem assim a uma comunidade diferente dentre todas as outras. Então sabemos que o cooperativismo não é uma novidade, mas o jeito mais antigo e eficiente de se administar uma sociedade voltada para o coletivo em detrimento ao indivíduo.
Abaixo descrevo o cooperativismo em todo mundo (segundo Wellington R. Costa), com embasamento bíblico, numa demonstração compacta sobre a evolução da humanidade atrelada ao comunismo-cooperativista.

“Para entender o início do cooperativismo devemos focar o momento em que nossos ancestrais saíram da irracionalidade para a racionalidade. Esta passagem, que ocorreu atrelada com a evolução do raciocínio, foi sem dúvida alavancada pelos processos de caça. Os caçadores, sempre em busca de alimento para a tribo, se uniam, formando a mais primitiva forma de cooperativismo humano conhecida.

Do passado remoto até os dias de hoje podemos denotar uma quantidade enorme de iniciativas cooperativistas que auxiliaram a evolução humana em todas as esferas: Caça, pesca, obtenção de frutos da natureza e formas rudimentares de agricultura, como postulam atualmente os antropólogos, detinham aspectos de cooperativismo. A arte rupestre nos proporciona um registro comprobatório significativo destas rudimentares formas de cooperativismo.

No inicio da história, com a descoberta da escrita, há registros de formas de cooperativismo.

Na Antiga Babilônia, berço da civilização humana, formas de cooperativismo eram prática corrente. Isto pode ser abstraído de textos cuneiformes e mesmo na primeira epopéia humana conhecida na sua forma “tardia” (século VII A.C.) como é difundida no Ocidente: “A Epopéia de Gilgamesh”.

No Livro de Enoque, texto apócrifo contemporâneo à Bíblia, existe exemplos de cooperativismo na pecuária.

Na Bíblia em diversas passagens vemos menções a práticas cooperativas por vários povos.

Na Índia antiga textos em sânscrito da epopéia Mahâbhârata, de que faz parte o Bhagavad-Gîtâ, os quais foram compilados para a forma atual entre os séculos 5 e 1 a.C., nos trazem indicações de cooperativismo.

No Egito Antigo encontramos exemplos cooperativistas na construção de algumas das pirâmides e monumentos, bem como na produção da agricultura e de artigos artesanais de consumo.

Na Grécia Clássica já existiam formas de cooperação nos campos de trigo e no artesanato devidamente registrados. Aristóteles acreditava que a atividade filosófica cooperativa era capaz de conduzir ao verdadeiro conhecimento.

Na Alta Idade Media a Ordem dos Templários, embora norteada por escopo religioso, gerenciava parcialmente seus bens de modo cooperativista.

Na Baixa Idade Media e inicio do Renascimento, os artesões com suas confrarias que impulsionaram o renascimento do comércio eram essencialmente cooperativistas.

Nas Américas as antigas civilizações Asteca, Maia, Olmeca, Tolteca e outros grupos indígenas (mesmo alguns que subsistem na atualidade) formavam cooperativas de agricultura, caça e pesca.

As Missões Jesuítas na América Latina, inclusive no Brasil, desenvolveram posturas cooperativistas na produção agrícola e mesmo na produção de cultura com suas orquestras, corais, escultores, atores e pintores.

Nas artes temos durante o período Parnasiano o nascimento das Academias, que eram na verdade unidades educacionais voltadas a ensinar das artes a seus alunos. A administração de algumas destas Academias seguiam critérios cooperativistas.

Outro aspecto das artes que teve origem cooperativista são os vernissages. Estes, na sua origem, ocorriam na noite anterior à abertura de uma exposição. Os artistas que iriam expor se reuniam e, com ajuda de outros artistas, davam a última passada de verniz sobre as obras que deveriam ser expostas no dia seguinte. Ajuda mútua é cooperativismo.
O Cooperativismo Moderno, depois de vivenciar uma vasta tradição humana de mais de 10 milênios de historia amplamente documentada, reaparece como uma reação a alguns aspectos da primeira revolução industrial. Surgiram na França e Inglaterra sociedades com características de cooperativas. Tais movimentos foram conduzidos por idealistas, como Robert Owen, Louis Blanc, Charles Fourier, entre outros, que defendiam propostas baseadas nas idéias de ajuda mútua, igualdade, associativismo e auto-gestão. Estes são os mesmos princípios que norteavam as cooperativas da Baixa Idade Média e início do Renascimento. Em 1844 28 tecelões na Inglaterra criaram uma sociedade de consumo, baseada no cooperativismo puro, chamada “Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale”. Esta sociedade fundamentou os chamados “Princípios Básicos do Cooperativismo”. Na batida do tempo tais conceitos se aperfeiçoaram. Entretanto, no seu cerne manteve: adesão livre e voluntária, gestão democrática pelos cooperados, participação econômica dos membros, autonomia e independência, educação, formação, informação, inter-cooperação e interesse pela comunidade”.

Assim se forma, durante toda linha histórica, o verdadeiro comunismo-cooperativista. O importante é o coletivo, o indivíduo trabalha em prol do coletivo e assim toda sociedade tem harmonia, prosperidade e paz. Uma vez não havendo conflitos por causa da ganância, que acontece sempre que o indivíduo é o “centro de todas as coisas”, este tipo de sociedade viverá em paz, e por conseqüência, prosperará em tudo o que fizer, determinando que não “haverá necessitados entre eles”. Ao contrário do capitalismo, gerador do individualismo, onde a disputa, a concorrência, a competitividade está sempre presente em todos seus atos gerando conflitos eternos.

Necessitamos de uma reeducação direta e eficiente para que toda sociedade conceba o feto do cumunismo-cooperativista, preparando, por todos os meios, ambiente para o nascimento de uma sociedade pura, voltada para o bem de todos. Infelizmente no feudalismo ou no capitalismo nunca haverá ambiente para que se desenvolva um comunismo-cooperativista em sua essência, daí a necessidade de se desenvolver e aplicar uma educação específica em todos os níveis.

As religiões, embora tendo em suas mãos os verdadeiros conceitos que dá origem ao comunismo-cooperativista, não se empenham com afinco para que isso ocorra. Pelo contrário, negligencia em suas liturgias e cerimoniais quando focam o individualismo em detrimento do coletivo. É no seio religioso que nasce o comunismo-cooperativista determinado por Jesus e exposto em Atos dos Apóstolos. Quiçá os líderes religiosos conhecessem mais a fundo esse sistema, e se empenhassem em estimular a prática do mesmo, causariam um impacto global que desestruturaria os sistemas individualistas reinantes em todos os cantos do mundo.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Cooperativa - Projeto Biodiesel

A cooperativa remodela é responsável por implantar o Projeto Biodiesel na região de Campinas. Fundada em 2002, a Remodela é composta por 23 Cooperados dos mais diferentes perfis profissionais e acadêmicos. Tem como objetivo: proporcionar oportunidades de trabalho, renda e educação aos seus cooperados, familiares e à comunidade. A Remodela tem compromissos de aplicar a ética, a responsabilidade sócio-ambiental e a solidariedade, conforme os ideais do cooperativismo. A Cooperativa é signatária do PNUMA - Programa para Produção Limpa, da ONU e está no plano da Secretaria de Geração de Trabalho, Renda, Cidadania e Inclusão Social da municipalidade. Esse projeto é fruto de parcerias, convênios e intercâmbios com empresas e entidades do setor público e privado tais como: Prefeitura de Campinas, SANASA, universidades, autarquias e ongs ambientais, dentre outras.

Programa Campinas Recicla

O Programa Campinas Recicla, é um dos pioneiros de coleta seletiva no Brasil e um dos mais bem sucedidos. Foi implantado pela Prefeitura de Campinas e objetiva fomentar diversas cooperativas de triagem de resíduos sólidos recicláveis. Esse programa foi ampliado, absorvendo também a coleta do óleo comestível descartado.

NOTA: a Cooperativa Remodela está com toda a documentação em ordem, inclusive CETESB, e responsabiliza-se pela destinação correta dos resíduos coletados que será utilizado como matéria-prima para produção de “Biocombustível”.

sábado, 2 de julho de 2011

Hoje é o "Dia Internacional do Cooperativismo 2011".

O Dia Internacional do Cooperativismo foi instituído em 1923, no Congresso da Aliança Cooperativa Internacional - ACI, com o objetivo de comemorar, no primeiro sábado de julho de cada ano, a confraternização de todos os povos ligados ao Cooperativismo.
Originalmente denominava-se "Dia da Cooperação".
Com o tempo passou a ser chamado "Dia do Cooperativismo", e atualmente, "Dia Internacional do Cooperativismo".
O Dia Internacional do Cooperativismo, instituído em l923 no Congresso da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), é comemorado no primeiro sábado de julho de cada ano, dia da confraternização de todos os povos ligados pelo cooperativismo. No Brasil, a construção de um estado cooperativo surgiu com os jesuítas por volta de 1610. Por mais de 150 anos, esse modelo deu exemplo de sociedade solidária, fundamentada no trabalho coletivo, onde o bem-estar do indivíduo e da família se sobrepunha ao interesse econômico da produção.
Mas o movimento cooperativista no Brasil surgiu mesmo em 1847 nos sertões do Paraná seguindo modelos europeus. A partir desta data cada cooperativa fez sua própria história. As cooperativas de crédito, esfaceladas desde meados dos anos 60 e durante a década de 70, buscam novamente seu espaço. Em 1902, no Rio Grande do Sul, um padre jesuíta implantou um modelo de cooperativismo baseado em experiências alemãs junto a pequenas comunidades rurais e vilas. No final dos anos 20, um segundo modelo de cooperativa de crédito chegava ao Brasil.
O terceiro e último modelo chegou ao País no final da década de 50 com Maria Thereza Rosália Teixeira Mendes, a Terezita, como carinhosamente era chamada. Ela organizou a constituição de dezenas de cooperativas de crédito mútuo em todo Brasil.
No Brasil, existem 5.700 cooperativas e 6 milhões de cooperados. As cooperativas geram cerca de 168 mil empregos diretos e estão presentes na agropecuária, saúde, trabalho, educação, habitação, crédito, consumo, serviços, eletrificação e telecomunicação. O cooperativismo de crédito soma mais de 1.000 cooperativas e mais de 1 milhão de associados.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Cooperativisvo e as Redes Sociais

Comunicação em tempo real, agilidade e facilidade no ambiente de negócios, informações em quantidades inimagináveis ao alcance da mão de qualquer pessoa que tenha acesso a um computador são algumas possibilidades oferecidas pela internet.
As redes sociais e a Internet são movimentos indissociáveis, nos quais os usuários dispõem da capacidade de apropriar-se das ferramentas disponíveis compondo um espaço onde conhecimentos – científicos ou oriundos do senso comum - crenças, desejos e atitudes podem associar-se em uma mistura livre, sem lugares definidos.
A ampla acessibilidade, inserida na dinâmica “de todos para todos”, vem transformando também os relacionamentos profissionais e comerciais. Um número cada vez maior de organizações vem utilizando os recursos das redes sociais para divulgar suas marcas, comercializar seus produtos e, até mesmo, prospectar e selecionar novos talentos profissionais.
Neste contexto é possível perceber que as redes e mídias sociais extrapolam, em muito, o escopo que abarca a diversão e a socialização dos nossos jovens. Tornaram-se ferramentas de trabalho onde a juventude da chamada geração Y desfia seus talentos e habilidades.
O cooperativismo deve encarar os desafios contidos na utilização da internet e das redes sociais para divulgar sua “marca”, seus princípios e objetivos à população jovem. Fazer-se conhecido do público jovem é fundamental para a perpetuação e a expansão do movimento cooperativista.
Segundo um estudo conduzido pelo Ibope, em 2010, mais de 90% dos internautas - predominantemente das classes A, B e C - brasileiros estão cadastrados em pelos menos 1 sítio de relacionamento, situação que evidencia o potencial das redes sociais como elementos de disseminação do ideário e doutrinário do cooperativismo.
Entre as vantagens da utilização, pelo sistema cooperativista, das redes sociais podemos elencar, minimamente, os seguintes itens:
- A criação de um canal de comunicação direta com o usuário aproxima a “imagem institucional” do usuário/cliente;
- A construção de uma presença digital marcante, em um universo sem barreiras geográficas, contribuindo para o fortalecimento da “marca”;
- A possibilidade de acompanhar, em tempo real, o que os usuários falam/pensam sobre a organização;
Mídias tipicamente jovens e ativas, as redes sociais têm, entre suas características mais marcantes, o diálogo e o compartilhamento de interesses e informações além, é claro, da velocidade na troca destas informações. Mídia social não é apenas tecnologia, é relacionamento, é juventude em pleno movimento.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Cooperativas Populares do RJ

As cooperativas populares são organizações de ajuda mútua formadas por trabalhadores economicamente marginalizados, desempregados ou subempregados, os quais, visando a geração de trabalho e renda, se associam voluntariamente e contribuem igualitariamente para a composição do capital necessário a formação da sociedade cooperativa, sendo a força de trabalho o principal capital de que dispõem. Além de ser uma forma de produzir atraente e solidária, por permitir aos trabalhadores associados gerarem renda e reinvestirem parte dela em benefício do grupo, o trabalho em cooperativas populares possui também um caráter transformador. As interações entre as pessoas possuem maior relevância e os critérios de valor igualitários, democráticos e "humanos" são privilegiados em relação aos critérios de racionalidade (produtividade, lucro, crescimento...) da economia capitalista.
Em 1999, visando dar uma identidade ao movimento, as Cooperativas Populares do Rio de Janeiro elaboraram um documento onde expuseram seus principais valores e diretrizes. Este documento, ao destacar, sob diferentes aspectos, o que caracteriza uma cooperativa popular, têm orientado muitos grupos na construção de suas cooperativas e contribuído para a promoção do Cooperativismo Popular:
Quanto à origem
As cooperativas populares são, em geral, formadas por iniciativa de profissionais de um mesmo ramo que estejam desempregados ou vivenciando situações de marginalidade econômica.
Quanto a constituição do capital
A força de trabalho é, senão o único, o principal capital que os associados dispõem no processo de criação de uma cooperativa popular; A cota parte estabelecida é igual para todos os associados e é recolhida só depois da primeira remuneração recebida. As cotas partes são estabelecidas em função dos custos necessários para legalização da cooperativa.
Quanto à gestão democrática
A diretoria de uma cooperativa popular é eleita entre os associados, com renovação garantida de pelo menos 2/3 da direção a cada eleição. As decisões são tomadas em assembléia e registradas em ata. Há conselho fiscal e conselho de ética atuantes.
Quanto a distribuição de renda
A remuneração dos trabalhadores em uma cooperativa é proporcional ao trabalho realizado e não pode exceder a três vezes o valor da menor remuneração dos cooperados, exceto quando a base salarial da categoria a ser remunerada for superior. A tabela de remuneração de todos os cooperados, inclusive diretores, é aprovada em assembléia geral, com divisão eqüitativa das sobras.
Quanto a divisão de tarefas
Todo trabalho é desenvolvido pelo associado, não havendo terceirização das atividades.
Quanto aos instrumentos de princípios autogestionários.
A criação e fiscalização dos instrumentos voltados para o desenvolvimento autogestionário da cooperativa, tais como: estatuto, regimento, fundos, atas, são de fundamental importância.
Quanto ao quadro de associados
Cabe aos associados conhecer os instrumentos de gestão democrática da cooperativa, participar das assembléias e fazer cursos de capacitação profissional.
Quanto às garantias de continuidade de uma cooperativa popular
Toda cooperativa popular deve possuir fundos de investimento que proporcione seu crescimento como empresa, assim como um fundo social que propicie a seguridade, descanso remunerado, gratificação natalina, entre outros benefícios propostos pelos associados.
Quanto à responsabilidade social
As cooperativas populares devem procurar contribuir nas ações de melhoria de sua comunidade e priorizar o ingresso de pessoas da comunidade na cooperativa. Um percentual mínimo de 1% das sobras deve ser destinado ao fundo intercooperativo.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

OS RAMOS DO COOPERATIVISMO

 O modelo cooperativo tem sido usado para viabilizar negócios em vários campos de atuação. Para efeito de organização do Sistema Cooperativo elas estão organizadas por ramos conforme a área em que atuam. São eles:

Cooperativas Agropecuárias

Reúnem produtores rurais ou agropastoris e de pesca, que trabalham de forma solidária na realização das várias etapas da cadeia produtiva: da compra de sementes e insumos até a colheita, armazenamento, industrialização e venda no mercado da produção. Para assegurar eficiência, a Cooperativa pode também, promover a compra em comum de insumos com vantagens que, isoladamente, o produtor não conseguiria.


Cooperativas de Consumo
Caracterizam-se pela compra em comum de artigos de consumo para seus cooperantes, buscando diminuir o custo desses produtos. Na prática funcionam como supermercados.

Cooperativas de Crédito
São sociedades de pessoas destinadas a proporcionar assistência financeira a seus cooperantes. Funcionam mediante autorização e fiscalização do Banco Central do Brasil, porque são equiparadas às demais instituições financeiras. Para consecução de seus objetivos podem praticar as operações passivas típicas de sua modalidade, como obter recursos no mercado financeiro, nas instituições de crédito, particulares ou oficiais, através de repasses e refinanciamentos. Podem captar recursos via depósito à vista e a prazo, de seus cooperantes; fazer cobrança de títulos, recebimentos e pagamentos, mediante

convênios correspondentes no país, depósitos em custódia e outras captações típicas da modalidade. No que se refere às operações ativas, diferem dos bancos, fundamentalmente, porque só podem contratar essas operações, isto é, empréstimos de dinheiro, com seus cooperantes, ao contrário dos bancos, que operam com o público em geral. O cooperativismo de Crédito em nosso país estava organizado em 2 modalidades distintas, as cooperativas de crédito mútuo (urbano) e as cooperativas de crédito rural. O modelo brasileiro era o que se chama de cooperativas fechadas, pois só podiam associar pessoas de um grupo social específico, por exemplo, para ser sócio de uma cooperativa de crédito rural a pessoa tinha que ser proprietário de uma propriedade rural e, para ser sócio de uma cooperativa de crédito mútuo, a pessoa tinha que pertencer a um grupo profissional específico, médicos, advogados, ou, trabalhar em uma mesma empresa, exemplo, SEBRAECOOP.

Este cenário mudou com a resolução 3106 do Banco Central que criou as chamadas cooperativas mistas. A partir dessa resolução as cooperativas de crédito rural poderão associar pessoas de outros grupos sociais, independentes de terem propriedade rural ou não. O mesmo valendo para as cooperativas de crédito mútuo que podem associar pessoas de diferentes grupos profissionais. A resolução criou também, a cooperativa de empreendedores formada por empresários dos vários ramos da atividade empresarial


Cooperativas Educacionais

Surgiram como uma solução para a crise que enfrentavam as escolas brasileiras. Pais e alunos se uniram para enfrentar a falta de estrutura do ensino público e o alto custo das mensalidades das escolas particulares. Essas cooperativas podem oferecer todos os níveis de ensino ou, concentrar o serviço apenas em um tipo de atendimento como educação infantil, por exemplo. Outras oferecem cursos profissionalizantes. Há ainda as escolas agrícolas. A escolha do nível de ensino em que a cooperativa vai atuar depende, também, das necessidades das pessoas cooperadas. A vantagem desse modelo é a de que os pais dos alunos participam da definição da proposta pedagógica da escola e dos custos necessários para viabiliza-la.

Cooperativas Especiais

Compostas pelas cooperativas constituídas por pessoas que precisam ser tuteladas. A Lei n. 9.867, do dia 10 de setembro, de 1999, criou a possibilidade de se constituírem cooperativas “sociais” para organização e gestão de serviços sociosanitários e educativos, mediante atividades agrícolas, industriais, comerciais e de serviços, contemplando as seguintes pessoas: deficientes físicos, sensoriais, psíquicos e mentais, dependentes de acompanhamento psiquiátrico permanente, dependentes químicos, pessoas egressas de prisões, os condenados a penas alternativas à detenção e os adolescentes em idade adequada ao trabalho e situação familiar difícil do ponto de vista econômico, social ou afetivo. As cooperativas sociais organizam o seu trabalho, especialmente no que diz respeito às dificuldades gerais e individuais das pessoas em desvantagem, e desenvolvem e executam programas especiais de treinamento, com o objetivo de aumentar-lhe a produtividade e a independência econômica e social. A condição de pessoa em desvantagem deve ser atestada por documentação proveniente de órgão da administração pública, ressalvando-se o direito à privacidade. O estatuto da dita “Cooperativa Social” poderá prever uma ou mais categorias de sócios voluntários, que lhes preste serviços gratuitamente, e não estejam incluídos na definição de pessoas em desvantagem.

Cooperativas de Habitação
Compostas pelas cooperativas destinadas à construção, manutenção e administração de conjuntos habitacionais para seu quadro social. As cooperativas deste tipo utilizam o autofinanciamento ou as linhas de crédito oficiais pra produzir imóveis residenciais com preços abaixo do que se pratica normalmente no mercado, conseguidos através de gestão dos recursos com maior eficiência. O custo total do empreendimento é rateado, de acordo com a unidade escolhida, entre os cooperantes, que contribuem com parcelas mensais e acompanham todas as fases da produção dos imóveis: da aquisição do terreno e elaboração do projeto até a entrega das chaves.

Cooperativas de Infra-estrutura
Antes denominado “Energia/Telecomunicações e Serviços”, composto pelas cooperativas, cuja finalidade é atender direta e prioritariamente o próprio quadro social com serviços de infra-estrutura. As cooperativas de eletrificação rural, que são a maioria, aos poucos estão deixando de ser meras repassadoras de energia para se transformar em geradoras de energia.

Cooperativas de Mineração
Compostas pelas cooperativas com finalidade de pesquisar, extrair, lavrar, industrializar, comercializar, importar e exportar produtos minerais

Cooperativas de Produção

Compostas pelas cooperativas dedicadas à produção de um ou mais tipos de bens e mercadorias, sendo os meios de produção coletivos, através da pessoa jurídica, e não individual do cooperante. É um ramo relativamente novo, cuja denominação pertencia antes ao ramo agropecuário. Para os empregados, cuja empresa entra em falência, a cooperativa de produção geralmente é a única alternativa para manter os postos de trabalho.

Cooperativas de Saúde

Compostas pelas cooperativas que se dedicam a recuperação e preservação da saúde humana. É um dos ramos que mais rapidamente cresceu nos últimos anos, incluindo médicos, enfermeiros, dentistas, psicólogos e profissionais afins. Nelas são três as preocupações básicas: valorização do profissional com melhor remuneração, condições de trabalho adequadas e atendimento de qualidade ao paciente. É interessante ressaltar que esse ramo surgiu no Brasil e está se expandindo rapidamente para outros países.

Cooperativas de Trabalho
São sociedades de pessoas que, reciprocamente, se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro, vez que o resultado do trabalho é dividido ente os cooperantes. Trata-se de uma modalidade que vem despontando como opção para gerar, manter ou recuperar postos de trabalho. Denominam-se cooperativas de trabalho, tanto as que produzem bens como aquelas que produzem serviços, sempre pelos próprios cooperantes. Atividades como artesanato, consultoria, auditoria, costura, informática e segurança, são alguns exemplos da atuação deste tipo de cooperativa.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

O Cooperativismo Social

O cooperativismo social, vertente de uma das propostas que estão na raiz do cooperativismo que é a responsabilidade social.
Representando 8% da força de trabalho na Europa, a economia social envolve cerca de nove milhões de pessoas, empregando principalmente trabalhadores desfavorecidos, o cooperativismo social é um modelo da nova geração de cooperativas que surgiram no mundo nos últimos 30 anos.
De acordo com o presidente da ACI, o Parlamento Europeu define a economia social pela prioridade do indivíduo sobre o capital. O objetivo das cooperativas sociais é o trabalho voltado especificamente para a melhoria da situação social das pessoas carentes e grupos marginalizados, como idosos ou deficientes mentais. Na Itália, as cooperativas sociais já são o maior fornecedor de serviços sociais do país.
Existem na Itália cerca de seis mil cooperativas com 160 mil adeptos, dentre os quais 15 mil desfavorecidos. A idéia está se difundindo também na Espanha, França e Suécia. Normalmente são cooperativas pequenas, com no máximo 22 adeptos. Os profissionais que trabalham internamente têm alto nível técnico.
Baberini classificou as cooperativas sociais em dois tipos: A - que trabalha com educadores, assistentes sociais, enfermeiros, cujo público são deficientes, idosos, menores de idade e dependentes químicos, tendo como atividades principais prestação de saúde, educação, entre outras; e B - que trabalha com a inclusão social de pessoas desfavorecidas, como desempregados, mendigos, entre outros. As atividades principais desenvolvidas por este tipo de cooperativa são a reciclagem de lixo, artesanato, limpeza, entre outras.
“A empresa cooperativa demonstrou, ao longo de todos esses anos, uma grande capacidade evolutiva, passando com competência dos setores mais tradicionais para os inovadores”, afirmou Barberini. Nos últimos 160 anos, os números do cooperativismo se multiplicaram: 800 milhões de sócios, 100 milhões de adeptos, 400 milhões de agricultores associados em cooperativas, 50% da produção agrícola mundial passando por atividades das cooperativas e presença em mais de 100 países.
Para mostrar e evolução do cooperativismo no mundo, o presidente da ACI disse que Atualmente na Índia existem cinco milhões de cooperativas, envolvendo 236 milhões de pessoas. Nos Estados Unidos, há 26 milhões de sócios de cooperativas de eletrificação e 40% da população americana tem alguma ligação com cooperativas de crédito.
Na Estônia, 45% das famílias vivem em casas de cooperativas e na Holanda, as cooperativas agrícolas cobrem 75% do mercado. No Brasil, segundo ele, nos últimos 90 anos, o cooperativismo cresceu seis vezes. Apenas no ano passado, as cooperativas foram responsáveis por exportações no valor de US$ 1 bilhão.
O Sebrae também é um parceiro do cooperativismo. O Sistema Sebrae apóia mais de dois mil empreendimentos coletivos, como associações, cooperativas, consórcios e núcleos setoriais.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Cooperativa - Vinícola Aurora

A história da AURORA inicia em 1875, com a chegada de imigrantes oriundos do norte da Itália. Estabelecidos na Serra Gaúcha, no Sul do Brasil, encontraram paisagens e clima similares aos de seu país de origem. Assim, os hábitos e a cultura europeus não foram abandonados, e a antiga arte da vitivinicultura logo teve sua retomada.
No dia 14 de fevereiro de 1931, dezesseis famílias de produtores de uvas do município de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, reuniram-se para lançar a pedra fundamental do que viria a se transformar no maior empreendimento do gênero do Brasil: A COOPERATIVA VINÍCOLA AURORA . Um ano mais tarde, já contabilizavam a produção coletiva de 317 mil quilos de uvas e fixavam a base de um empreendimento destinado não só a ser o maior, mas também um dos mais qualificados tecnologicamente.
Hoje, bem no coração de Bento Gonçalves, a Vinícola Aurora é a maior do Brasil. O número de famílias que se associaram à cooperativa ultrapassa 1.100, sendo a produção orientada por técnicos que, diariamente, estão em contato com o produtor – fornecendo-lhe toda a assistência necessária. A equipe técnica se responsabiliza pelo acompanhamento permanente do processo industrial e pela qualidade final dos produtos, sempre com a atenção voltada para o desenvolvimento de uma tecnologia de ponta.
A conquista da posição que ocupa há mais de duas décadas foi possível graças à constante modernização de seu parque industrial, à alta tecnologia de suas unidades e aos rigorosos padrões exigidos nos processos de produção. O cuidado extremo com a rotina produtiva, observado a partir da plantação das mudas ao engarrafamento do produto, faz parte da receita de crescimento constante do empreendimento durante todos esses anos.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Cooperativa de Orgânicos em New York

Moradores de NY se organizam em cooperativa de alimentos orgânicosA cooperativa surgiu nos anos 70. “Os Estados Unidos estavam no auge da contra cultura: movimento pelos direitos civis, contra a guerra do Vietnã. A gente, além de pensar em política, começou a pensar em comida: de onde vem? Podemos confiar no agrobusiness? Como viver sem agrotóxicos?", afirma Joe, um dos fundadores.
Joe arregaçou as mangas e organizou um grupo de pessoas. Eles selecionaram fornecedores e juntos começaram a trabalhar.
As mercadorias não podem custar mais do que 21% do preço de custo. Os funcionários são os associados. Eles não recebem salário e o pagamento é o direito de comprar na cooperativa. Os empacotadores, a moça do caixa, faxineiros... são todos associados.
A professora universitária Marcella se equilibra na escada para arrumar as prateleiras. “Como italiana, gosto muito de cozinhar e de produtos frescos”, garante. Ela conta com a ajuda da professora de yoga, para estocar os saquinhos de batata.
Cada associado precisa trabalhar pelo menos 2h45 por mês. No subsolo, uma equipe se divide para embalar pedaços de queijo, ervas, frutas, secas.
Laurie é designer de uma loja sofisticada em Manhattan. Ela prepara os saquinhos de cerejas. “A gente faz com amor", ela diz.
Além dessa preocupação grande com o que as pessoas comem, existe também um cuidado com o meio ambiente. A energia elétrica usada no local vem dos ventos. A companhia de eletricidade de Nova York oferece um plano em que as pessoas podem optar por usar energia limpa e é essa que está iluminando as prateleiras, a gôndola, todo o supermercado.
A conta de luz fica 15 mil dólares mais cara, por ano, mas ninguém reclama de pagar mais. Nesse caso, é para proteger o meio ambiente.
O mercado não dá lucro. O dinheiro das vendas é usado para comprar mais mercadoria e para manter a cooperativa.
A brasileira Fernanda trabalha no caixa. “Totalmente hippie, super hippie. O que é mais legal é esse ambiente de comunidade que eu não vejo em São Paulo. Todo mundo se ajuda, todo mundo se conhece, uma vida de bairro, um dia você está trabalhando, outro dia você conhece vizinhos, é uma vida de bairro”, conta.
Fonte: Jornal Hoje - Giuliana Morrone Nova York, EUA

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Cooperativa Mista da FLONA

A Cooperativa Mista da FLONA Tapajós (COOMFLONA) teve sua origem com o Projeto de Apoio ao Manejo Florestal Sustentável na Amazônia (PROMANEJO). O PROMANEJO era um dos projetos do Programa Piloto de Proteção de Florestas Tropicais (PPG7) e atuou durante 11 anos na FLONA Tapajós, por meio de financiamentos do KFW (Banco Alemão de Desenvolvimento).
"Nossas comunidades que se mobilizaram em torno de um bem comum para melhoria da renda das famílias da FLONA do Tapajós atendendo os critérios de exploração florestal com impactos reduzidos, esta luta foi iniciada no inicio desta década com consolidação do Projeto no ano de 2005, e a cada ano vem se concretizando este sonho com os esforços de todos os cooperados para uma melhor produtividade desta mantendo o menor impacto na área de exploração do projeto e também uma conscientização ambiental de todos os cooperados, assim como o apoio de todos os comunitários que pensam em um dia usufruir dos frutos deste esforço comum."
Sabendo que esta cooperativa passou por problemas de gestão no inicio do projeto e que superando as dificuldades segue com passos firmes ao sucesso deste investimento que foi apoiado pelo Governo Federal, sabendo investir cada centavo aplicado neste empreendimento, com todas as prestações de contas em dias e com uma administração transparente voltada ao fortalecimento das comunidades envolvidas, e apoiando também as comercializações de todos os produtos oriundo das comunidades da FLONA Tapajós.
Foram se fortalecendo a cada ano desde o inicio do projeto onde inicialmente se trabalhava na cooperativa com extração de produto madeireiro realizando no primeiro ano uma exploração de 850,042 m³ de madeira em tora no segundo 3.650,825 m³ no terceiro 7.843,271 m³ e em 2009  13.423,44 m³, com uma previsão de 16.000,00 m³ para 2010, sendo estes trabalhos realizados de forma sustentável aplicando todas as técnicas usadas para exploração com impacto reduzido, onde com este tipo de exploração se pretende manter uma produção sustentável após o ciclo de corte que é de 30 anos estas explorações são comprovadas pelos órgãos ambientais responsáveis pelas autorizações, levando em consideração que até hoje se realizou uma extração de no máximo 17 m³/ha (metro cúbico por hectare), sendo liberado pela legislação vigente até 30 m³/ha, assim comprovando um menor impacto aplicado na área de exploração do Projeto Ambé onde pretende-se chegar a uma eficiência de até 22 m³/ha o que equivale em torno de 73% do volume permitido por lei, no entanto para alcançar este nível de volumetria estamos realizando uma melhor comercialização de outras espécies o que aumenta o volume a ser explorado e diminui a pressão em cima das espécies que hoje tem um maior potencial de exploração, mantendo assim a política de exploração com impacto reduzido.
Esta cooperativa vem investindo esforços também para aperfeiçoamento de comercialização de produtos não madeireiros ampliando o leque de produtos a comercializar e um melhor aproveitamento dos produtos florestais na Amazônia, assim como atingir um maior numero de comunitários envolvidos no setor produtivo desta cooperativa, visando uma melhor condição de vida as comunidades da FLONA mantendo a política de sustentabilidade e preservação Ambiental.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Primeira Cooperativa Indígena

Para melhorar as práticas agropecuárias e lutar de maneira incisiva pelos direitos da terra e produção sustentável, os índios tembés, da comunidade Iarapé I’wazú, localizada no alto rio Guamá, no município de Santa Luzia do Pará, inauguraram em 26/02/2011, a primeira cooperativa agropecuária indígena do estado do Pará: a Coop.Indi.Amazon. O objetivo é qualificar a produção.
Segundo o Antropólogo Rudivaldo Souza, as aldeias indígenas ainda enfrentam diversos problemas decorrentes de invasões em seus territórios, além das ameaças que ferem profundamente suas dignidades. ‘No entanto, não tem sido suficiente para buscar uma participação maior das aldeias no desenvolvimento econômico, ecológico, político e social, junto ao governo federal. Através de diversas informações sobre a população indígena, percebe-se a necessidade dos indígenas a constituírem-se em associações e cooperativas’ relata.
Em uma área menor que um campo de futebol, com 300 metros quadrados, 680 índios sobreviveram nos últimos dois anos com recursos mínimos proveniente do extrativismo informal. Antônio Pastana, membro da aldeia e presidente da Coop.Indi.Amazon, explica que a cooperativa é uma forma de profissionalizar o trabalho e melhorar o manejo dos recursos da reserva.
A assistente social, Luciléa Santos, diz que o cooperativismo é a formação de um grupo de pessoas interessadas em atingir o mesmo objetivo. ‘É a relação interpessoal dos envolvidos em busca da satisfação pessoal e social, o que proporcionará as condições e meios para as suas conquistas empreendedoras, que se constituem como responsabilidade social’ afirma Luciléa.
‘Com a cooperativa, teremos o fortalecimento e proteção contra a violência exercida por posseiros e expectativas de melhorias no mercado produtivo. Também ficamos felizes em relembrar nossas crenças no dia do festejo’, revela o presidente da cooperativa indígena. Durante a inauguração houve um grande almoço tradicional e Antônio Pastana assumiu a presidência da cooperativa.
A Coop.Indi.Amazon implantará atividades voltadas para o aproveitamento racional dos recursos naturais amazônicos, como a piscicultura, apicultura, artesanato, recuperação de áreas alteradas – por meio da utilização de sistemas agroflorestais e manejo de plantas medicinais.
O presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado (OCB-PA), Ernandes Raiol, considera esse empreendimento um grande passo para o Estado do Pará, sobretudo em relação à organização social, econômica, institucional e produtiva. ‘Esse é um projeto piloto em que a OCB-PA espera promover o Estado em âmbito nacional. Estamos fazendo um levantamento para verificar se no Brasil já existe uma cooperativa indígena. Se não existir, podemos afirmar com orgulho que essa é a primeira e é paraense’, comenta Raiol.
DIREITOSO nome Iarapé I’wazú significa ‘Igarapé da fruta madura’ na língua tupi-guarani. Os tembés sofrem com os efeitos da atuação irregular de madeireiros e fazendeiros há anos. A cooperativa é mais uma forma de organização social para colaborar com as reivindicações de direitos junto aos órgãos públicos e poderes locais, com a diferença de poder econômico.
‘A partir do momento que uma comunidade ganha mais poder econômico, ela passa a se legitimar em outras esferas de poder e ganha mais forma política para conquistar novos direitos e cobrar os órgãos públicos’, explica o presidente da OCB-PA.
O antropólogo afirma que o cooperativismo numa aldeia é de grande importância. ‘Esse é um tipo de organização que os indígenas poderão evoluir ainda mais e serem inseridos verdadeiramente no processo de globalização, tão propalada, garantindo melhores condições de vida para a comunidade indígena’.
Por meio da cooperativa, os produtores indígenas receberão ainda qualificação técnica de organização social, o que permitirá a gestão de projetos e o fortalecimento das organizações indígenas. Todos os projetos terão assistência técnica permanente e serão monitorados pela OCB-PA para garantir a sustentabilidade.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Coop – Cooperativa de Consumo

Até o final deste ano, a Coop – Cooperativa de Consumo espera faturar R$ 42 milhões com as ações de relacionamento com clientes que realiza desde 2009. A meta é realista, uma vez que, no ano passado, quase 25% dos R$ 161 milhões de aumento no faturamento da rede, com 29 lojas na Grande São Paulo e interior, vieram justamente do marketing direto.
Antônio José Monte, presidente da Coop, explica que até 2007 a cooperativa tinha como meta a redução de custos para aumentar a margem líquida. Houve um momento, porém, em que não havia mais o que cortar. A partir daí, a rede contratou a consultoria Peppers & Rogers Group, para ajudar a conquistar aumento de vendas. O primeiro passo foi dividir em três grupos a base de 1,5 milhão de clientes, responsáveis por 85% das vendas da cooperativa.
O consumidor “A” é aquele que compra ao menos três vezes por mês, período em que gasta um valor mínimo de R$ 500. Outro perfil é o do consumidor “em desenvolvimento”, que visita a loja pelo menos uma vez a cada quatro meses, levando apenas alguns itens. Há ainda o consumidor “inativo”, aquele que não comprou nos últimos quatro meses.
Com base nesses dados, a Coop passou, em 2009, a disparar ações de marketing direto voltadas especificamente a cada grupo, por meio de malas diretas ou via central de atendimento. “Para o consumidor ‘A’, por exemplo, oferecemos bolo de aniversário”, exemplifica Antônio José Monte. “É o público que se abastece na Coop, queremos mantê-lo”, completa o presidente. Ao longo de 2010, a ação foi realizada com 84 mil clientes. Metade deles foi a uma das lojas buscar e bolo e, claro, aproveitou para fazer algumas compras.
Com foco em quem compra menos do que o desejado, outra ação ofereceu condicionador de cabelo por R$ 0,01 para quem levasse o shampoo. A taxa de conversão foi de 17%, considerada alta.Com ajuda das iniciativas de marketing direto, a margem líquida que era de 1,1% subiu para 1,5%.
Fonte: Valor Econômico

sexta-feira, 27 de maio de 2011

COOPERATIVA EDUCACIONAL

Por: Izabel Sadalla Grispino *

Diferentes organizações de ensino surgem no cenário educacional do País. Uma modalidade de escola em expansão são as chamadas cooperativas educacionais, formadas pelos próprios pais. Elas despontam em razão do descontentamento com o ensino público, com o particular, no aumento das suas mensalidades, e nos últimos cinco anos cresceram cerca de 80%.
As escolas cooperativas, no Brasil, iniciaram-se na década de 90. Há, atualmente, no País 625 escolas que são cooperativas filiadas à Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). No Estado de São Paulo, são 55, a maioria funcionando no interior. Em 1992, existiam apenas quatro cooperativas educacionais no Estado de São Paulo, mas o sucesso dessa organização tem ensejado a sua evolução.
São os pais dos alunos os fundadores da cooperativa e também seus financiadores. Para a abertura, cada pai contribui com cerca de R$ 300,00, acrescidos, por mês, do rateio das despesas. A mensalidade é substituída pelo rateio, que varia de escola para escola e é controlado pelos seus membros. Quando os filhos saem da escola, os pais deixam a cooperativa e levam o que restou de sua parte no capital. Novos alunos significam novos pais cooperados. Os pais cuidam da escola com dedicação e interesse, como uma construção deles. Em média, é 40% mais barato que as mensalidades das escolas particulares.
A escola é administrada pelos pais, por meio de conselhos eleitos e a responsabilidade pela execução da linha pedagógica, escolhida pelos pais, cabe ao professor e aos profissionais da área da educação contratados pela cooperativa. Tem tido prioridade a adoção do modelo de ensino que se apoia no método socioconstrutivista. O cooperativismo é ressaltado como uma construção de valores.
Nem todos os pais trabalham na administração da escola, mas todos estão por perto, com direito a esclarecimentos e a opinar. Os pais que não fizeram parte da fundação das cooperativas usufruem igualmente da participação direta da gestão e abraçam a causa com o mesmo sentido de sucesso educacional.
Estas escolas não visam lucro, têm como principal objetivo a boa formação do aluno. A sobra de dinheiro vai para melhorar a infra-estrutura, quer dos recursos humanos, na capacitação docente, quer dos recursos materiais, na compra de equipamentos, de material didático-pedagógico. Nas escolas particulares, o pai paga a mensalidade, praticamente se retrai e aguarda o resultado. Nas cooperativas, eles crescem com a participação, quer da esfera administrativa, quer da pedagógica. Isso resulta em um triplo incentivo: da escola, dos pais e dos alunos.
A escola cooperativa é um trabalho interativo entre família e escola. Há um envolvimento produtivo. É uma escola que precisa mostrar serviço, comprovar um bom rendimento escolar, manter bom conceito. Revelam as estatísticas que as cooperativas educacionais têm demonstrado um padrão muito bom de ensino. Elas criam condições para ter qualidade.
Há escolas cooperativas que se tornaram famosas pelo sucesso de seus alunos, como a escola de Goiatuba, no interior de Goiás, fundada em 1992, tendo hoje cerca de 400 alunos. Nestes últimos vestibulares da Fuvest, Unicamp e Fundação Getúlio Vargas, um seu aluno, Lucas Mendes, foi o 1.º colocado. Outras cooperativas educacionais aprovam, segundo dados de pesquisa, alunos do ensino médio, em vestibulares concorridos, sem necessidade de freqüentar cursinhos.
Não se tem notícia de cooperativas educacionais mal organizadas, mal sucedidas. O empenho dos pais contamina professores e alunos e no conjunto há um esforço, uma vontade de todos, para colocá-las em um bom termo, em um bom desenvolvimento.
As escolas cooperativas são regidas pela Lei Federal n.º 2.764/71. As pessoas, os pais, interessados em formar uma cooperativa educacional, devem valer-se dos seguintes requisitos: constituir, pelo menos, 20 pessoas que pagam a cota-parte, formando o capital da cooperativa. Essas pessoas farão parte da assembléia, que elegerá o conselho administrativo e o conselho fiscal da cooperativa, ambos com mandato de dois anos. Cria-se o estatuto da cooperativa, registra-o na Junta Comercial e na Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp) ou do Estado correspondente. Uma equipe de educadores, que também pode ser outra cooperativa, é contratada para executar a linha pedagógica, já escolhida pelos pais.
As cooperativas educacionais são uma excelente oportunidade para não se onerar as despesas da família, com a vantagem de ver os filhos freqüentando uma escola que prima, acima de tudo, por seu bom nome, oferecendo um ensino de qualidade, um ambiente regido pelos próprios pais.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Conceitos de Cooperativismo e Associativismo

 O associativismo e o cooperativismo são conceitos que apresentam correlação às definições dos capitais: humano, social e empresarial – fatores estes fundamentais para a promoção do desenvolvimento territorial.

O capital humano, na medida em que pressupõe o crescimento das habilidades, conhecimentos e competências das pessoas, pode se incorporar ao conceito do associativismo no que se refere à proposta de reunir um grupo de pessoas ou de entidades em busca de interesses comuns, sejam eles econômicos, sociais, filantrópicos, científicos, políticos ou culturais.

Esse grupo de pessoas ou entidades, para alcançarem seus fins, necessita, também, de confiança, cooperação, ajuda mútua, o que nos remete ao conceito de capital social. Assim, as associações, e a forma como reúnem seus objetivos, mesmo que não sejam lucrativos, devem adotar métodos de trabalho que estimulem o fortalecimento do capital humano e social, favorecendo sua forma de organização e motivação das pessoas envolvidas.

O cooperativismo, por sua vez, apresenta uma relação estreita com o conceito de capital empresarial ou cultura empreendedora. Em sua essência, o cooperativismo caracteriza-se por uma forma de produção e distribuição de riquezas baseada em princípios como a ajuda mútua, a igualdade, a democracia e a equidade. Desta forma, para que o cooperativismo seja eficiente no sistema econômico, é fundamental o crescimento da atitude pró-ativa dos agentes locais que se tornam sujeitos protagonistas do seu empreendimento, melhorando, assim, as condições de renda dos cooperados, bem como as condições de trabalho e a independência do trabalhador. Nota-se, aí, a importância de uma atitude empreendedora dos sujeitos, como preconiza o conceito de capital empresarial.

Rabobank + Sistema Sicredi

Parceria com o Rabobank deixa o Sistema Sicredi “ainda mais forte”

A parceria aprovada na semana passada pela presidente Dilma Rousseff entre o Banco Cooperativo Sicredi e o holandês Rabobank, um dos maiores bancos de crédito cooperativo do mundo, abre perspectivas para que a instituição brasileira “fique ainda mais forte”, segundo avalia o presidente da Sicredi União, Wellington Ferreira.

O Rabobank adquiriu 30% de participação no Banco Sicredi, fundado em 1996, o que significa um aporte de R$ 100 milhões no capital deste.

Ferreira informa: “Mais do que apenas injetar recursos, o banco cooperativo holandês de atuação global deverá colocar toda a sua ‘expertise’ a serviço do Sistema Sicredi, que é o mais importante”. E assegura: “Vamos agregar novos conhecimentos que se transformarão em serviços e oportunidades”, relacionando como exemplos operações com leasing e crédito imobiliário, nas quais o Sicredi ainda não atua.

Mais do que “um marco histórico”, a aproximação do Sicredi com o Rabobank revela, na visão do presidente, como o mercado internacional está vendo esse sistema de crédito cooperativo brasileiro. “O Rabobank se sentiu atraído pela solidez e a maneira sistêmica de atuar do Sicredi, que assim passa a ter uma nova dimensão”, cita Ferreira, resumindo: “ele vem para ser nosso parceiro”.

Depois que o Rabobank firmou parceria com o Banco Cooperativo Sicredi, outras grandes instituições financeiras da Europa e da América do Norte procuraram a instituição brasileira, conta o presidente, colocando-se à disposição para negócios.

Fonte: http://www.diariodonoroeste.com.br/novo/noticia_det.php?cdnoticia=43161

quarta-feira, 25 de maio de 2011

OCB e mercado de carbono

A ameaça da emissão de gases na atmosfera e o consequente aumento do efeito estufa sobre a mudança climática têm exigido uma busca permanente de soluções. Por outro lado, um novo paradigma de produção, baseado no desenvolvimento sustentável, cria oportunidades estratégicas de crescimento em diversas áreas de atividade e campos do conhecimento. A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) desenvolve projetos em conjunto com cooperativas com os objetivos:

Ambiental
Propiciar às cooperativas a redução das emissões de Gases Efeito Estufa (GEE) e de resíduos da produção agropecuária e agroindustrial. Isso contribui para a mitigação de seus passivos ambientais, das mudanças climáticas do planeta, e garante a sustentabilidade dos recursos renováveis

Econômico
Prospectar novas oportunidades de mercado para as cooperativas

Social
Promover o desenvolvimento das cooperativas e das comunidades onde estão inseridas, permitindo o acesso do pequeno produtor a todos os benefícios gerados pelas novas práticas de atuação.
Para mais informações acesse: http://carbono.brasilcooperativo.coop.br/

terça-feira, 24 de maio de 2011

Cooperativas de reciclagem do lixo

  As cooperativas de catadores no Brasil vem se expandindo rapidamente podendo se tornar um negócio de futuro, e hoje são encontradas nas grandes e pequenas cidades do interior, e sua importância enquanto movimento social é cada vez mais reconhecida. As cooperativas via de regra são pautadas com base na economia social solidária, em que os meios de produção e também a renda gerada pelo processo são distribuídas entre os catadores.  O principal objetivo das cooperativas fundadas neste molde são de gerar trabalho, renda e melhores condições de vida a uma parcela da população excluída, seguido pelas questões ambientais e de preservação do meio ambiente.

A demanda crescente por produtos industrializados e descartáveis faz com que cresça imensuravelmente o número de embalagens de todos os tipos, formas e materiais, como resultado do consumismo característico da população contemporânea. O aumento da produção e do consumo responsável traz reflexos diretos no meio ambiente, aumentando a degradação dos recursos naturais renováveis e não renováveis do planeta, como o solo, a água e o ar. As embalagens e os resíduos deste consumo desenfreado provocam o crescimento do volume de lixo depositado nos aterros e lixões das cidades, que se transformam também em matéria prima para os catadores, que passam a fazer parte desta cadeia produtiva.

Parte do lixo depositado nos lixões e aterros se transforma rapidamente em renda para famílias inteiras, levando inclusive crianças para o trabalho nesse ambiente hostil. Sem organização, muitas dessas famílias e dessas crianças passam a ser exploradas por empresas privadas e empreendedore individuais que atuam com a revenda de material reciclável. Nesse contexto se destaca a importância social das cooperativas, como uma forma de organizar os catadores de forma que elas possam ganhar pela sua própria produção, sem ter seu trabalho duro explorado, além de ser uma forma de tirar as crianças desse mercado de trabalho tão duro quanto perigoso. Através da organização de cooperativas de catadores o setor público também passa a atuar nesse meio, possibilitando a inserção de projetos sociais e ações de saúde, promovendo uma melhor qualidade de vida para essas pessoas.

A organização das cooperativas acontece com a associação de um grupo de pessoas, no caso os catadores, que tem objetivos comuns, tomam decisões em assembléias, e dividem igualmente obrigações e benefícios, e além dos objetivos econômicos a cooperativa visa o interesse e o bem comum dos seus cooperados. A união dos trabalhadores em grupos organizados é o princípio básico que resulta na melhoria das suas condições econômicas e sociais, pois além de aumentar a renda melhora a qualidade de vida e todos os aspectos relacionados ao desenvolvimento humano, pois cria postos de trabalho, gera renda, diminui o trabalho infantil, e dessa forma garante a inserção econômica e social desses grupos causando um equilibrio econômico.  Além dessas questões econômicas e sociais o aspecto ambiental também é muito importante, pois as cooperativas contribuem decisivamente para a diminuição do impacto ambiental causado pelo consumo.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Vídeo - História do Cooperativismo

Este vídeo foi elaborado e apresentado em maio/2011 na disciplina de Mercados Cooperativos, do curso superior em Gestão de Cooperativas, UNIVATES. Turma do professor João Carlos Britto.

O desenvolvimento do Cooperativismo.

Foi lento o crescimento do cooperativismo no país. Entretanto, dois fatores deram-lhe impulso a partir da década de 30 do século passado: a crise econômica, provocada pelo colapso da Bolsa de New York, de 1929 e o governo instalado pela revolução de 1930. Até essa data, o cooperativismo no Brasil caminhava muito lentamente. Foi a crise econômica mundial estimulou a emergência de cooperativas, especialmente no Sul do país.
Até o princípio do século XX, a legislação brasileira – e o próprio Código de Comércio de 1850 – era omissa quanto às sociedades cooperativas. A primeira regulação legal deu-se pelo Decreto nº 1637, de 05.01.1907, que disciplinou a criação de sindicatos profissionais e sociedades cooperativas. Todavia, foi com o Decreto nº 22.239, de 19.12.1932, que o cooperativismo se consolidando no Brasil.
Pelo Novo Código Civil, as sociedades cooperativas são “sociedades personificadas não empresárias” e “sociedades mistas (de Pessoas e de Capital)”. Seu capital social é dividido em cotas-partes, que não podem ser transferidas a terceiros estranhos à sociedade, ainda que por herança. Nenhum associado pode subscrever mais de um terço do total das cotas-partes – salvo em condições especiais. As transferências entre associados devem ser averbadas no Livro de Matrícula, mediante termo que conterá as assinaturas do cedente, do cessionário e do diretor que o estatuto designar. As cooperativas são regidas pelos artigos 1.093 a 1.096 do Código Civil, Lei nº 10.406, de 10.01.2002, e pela Lei nº 5.764, de 16.12.1971 (naquilo em que ela não colide com a Constituição Federal e o Código Civil).

Segundo a Organização das Cooperativas Brasileiras, em dezembro de 2009 havia em nosso país 7.261 cooperativas, as quais tinham 8.252.410 associados e 274.190 empregados, atuando nos ramos de agropecuário, consumo, crédito, educacional, habitacional, infraestrutura, mineral, produção, saúde, trabalho, transporte e turismo e lazer e fazendo uma movimentação econômica anual estimada em 88,50 bilhões de reais e exportando quase dois bilhões de dólares em 1996.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Cooperativa

De acordo com a definição proposta pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI), cooperativa é uma associação de pessoas que se unem, voluntariamente, para satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, através de uma empresa de propriedade comum e democraticamente gerida. Cultura da cooperação é uma filosofia baseada em conceitos e valores humanísticos como solidariedade, confiança e organização funcional de grupos. Tem como propósito substituir o individualismo pela ação coletiva. Foi a partir dos conceitos adotados pela cultura da cooperação que o cooperativismo se desenvolveu. Dados da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) mostram que existem, atualmente, 800 milhões de cooperados em todo mundo. No Brasil, o cooperativismo mantém seis milhões de cooperados e gera cerca de 160 mil empregos, de acordo números da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).

Direitos e Deveres do Cooperado

Direitos

- Ser consumidor e usuário dos serviços oferecidos pela cooperativa.
- Participar das atividades econômicas, sociais e educativas.
- Retorno das sobras proporcional ao valor de operações no exercício.
- Participar das assembléias gerais, decidindo pelo voto os assuntos de interesse da sociedade.

Deveres

- Debater idéias e decidir, pelo voto, os objetivos e metas de interesse. Respeitar as decisões votadas nas assembléias gerais que representam a vontade da maioria.
- Zelar pelo interesse comum e autonomia da sociedade. Denunciar, sempre, os procedimentos indevidos.
- Colaborar no planejamento, funcionamento, avaliação e fiscalização das atividades.
- Estimular a integração da cooperativa com o movimento cooperativista

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O QUE O MOVIMENTO OWENISTA TEM A VER COM O MOVIMENTO COOPERATIVISTA?

Metade dos pioneiros de Rochdale vinham de uma corrente do movimento owenista. “Podemos afirmar, portanto, que Rochdale é fruto da decepção de uma parte de Owenistas com o seu líder.”

domingo, 15 de maio de 2011

O Owenismo

A busca por uma sociedade baseada na cooperação e não na competição é contemporânea do liberalismo que defendia a tese de que o interesse pessoal e os impulsos naturais de competição estimulavam a atividade econômica e garantiam a produção de mais bens a menor custo, beneficiando toda a nação.
Em 1799, Robert Owen (1771-1858) tornou-se sócio e administrador das manufaturas de algodão em New Lanark, Escócia. Revoltado com os maus tratos infligidos aos trabalhadores, Owen decidiu melhorar suas vidas e mostrar que era possível fazê-lo sem prejuízo dos lucros. Assim, elevou os salários, ofereceu melhores condições de trabalho, passou a não admitir crianças menores de 10 anos, deu aos trabalhadores moradia, alimentos e roupas descentes.
A partir de experiências como a de New Lanark, os owenistas elaboraram minuciosamente os fundamentos de suas idéias:
•o trabalho é a fonte de toda riqueza e portanto é a classe trabalhadora que cria toda a riqueza;
•embora os trabalhadores sejam os produtores da riqueza, ao invés de serem os mais ricos, são os mais pobres, e assim sendo, não podem receber apenas recompensas pelo seu trabalho;
•viver em comunidade sob os princípios da cooperação mútua, da posse comum e da igualdade de direitos.
Levando à prática estas idéias, os owenistas propunham como diretrizes para a cooperativa que os cooperativados se protegessem mutuamente contra a pobreza através de um capital comum, a ser constituído a partir de uma subscrição semanal, que formaria um fundo, e o investimento deste capital em atividades comerciais, a fim de gerar trabalho para seus membros.
Owen defendia que “toda a ordem econômica e social deveria ser substituída por um novo sistema baseado na convivência harmoniosa e não na competição. Rompendo suas ligações com o sindicalismo e com as experiências cooperativistas em seu aspecto mercantil, “Owen tornou-se um visionário”.[9]
O movimento Owenista atravessou embates internos profundos. Os socialistas defendiam um novo “sistema social” e os outros defendiam o Owenismo como uma nova religião racional. Em 1839, os socialistas assumiram a direção da comunidade de Queenswood, que passou a se chamar Harmony Hall, e começaram a por em prática os princípios da nova vida. Apesar das divergências, a comunidade começou a funcionar graças ao apoio de alguns ricos convertidos ao Owenismo. No entanto, com o passar do tempo, os conflitos surgiram. Alguns defendiam a igualdade total entre pobres e ricos e os outros, os ricos, não quiseram abrir mão dos padrões de vida a que estavam acostumados.
Por exemplo, empregando trabalhadores domésticos para serviços caseiros.
Queenswood fechou em 1846. Dentre os motivos, os mais relevantes foram:

•fim do apoio financeiro dos sócios mais ricos;
•divisão entre ateus e não ateus;
•divergências entre lideranças com relação à capacidade dos trabalhadores exercerem a auto-gestão.
Segundo Thompson,
“o Owenismo foi a primeira das grandes doutrinas sociais a criar no imaginário popular a aceitação das máquinas da revolução industrial pois mostrou para as massas que não era a máquina em si o motivo do lucro mas sim o controle do capital social e que a alternativa era o controle social em bases de cooperativas”.

O Cartismo

Ao movimento cartista aderiram trabalhadores e radicais intelectuais em torno de uma plataforma de reformas políticas. Nas décadas de 1830-1840, os cartistas lutaram por medidas como:
•sufrágio universal masculino;
•voto secreto;
•fim da exigência de propriedade para os candidatos a membros do Parlamento;
•eleições anuais para o Parlamento.
O programa cartista perdurou até o final do século quando todas as suas reivindicações foram aceitas com exceção das eleições anuais. O grande momento do movimento ocorreu em 1848 quando o irlandês O’Connor organizou uma manifestação popular e apresentou ao Parlamento um abaixo-assinado com 2 milhões de assinaturas.

Engels caracterizou o cartismo como

“a forma condensada da oposição à burguesia... um movimento essencialmente operário que não estava nitidamente separado da pequena burguesia radical”.

Informações:

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Lajeado, Rio Grande do Sul, Brazil
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