terça-feira, 31 de maio de 2011

Primeira Cooperativa Indígena

Para melhorar as práticas agropecuárias e lutar de maneira incisiva pelos direitos da terra e produção sustentável, os índios tembés, da comunidade Iarapé I’wazú, localizada no alto rio Guamá, no município de Santa Luzia do Pará, inauguraram em 26/02/2011, a primeira cooperativa agropecuária indígena do estado do Pará: a Coop.Indi.Amazon. O objetivo é qualificar a produção.
Segundo o Antropólogo Rudivaldo Souza, as aldeias indígenas ainda enfrentam diversos problemas decorrentes de invasões em seus territórios, além das ameaças que ferem profundamente suas dignidades. ‘No entanto, não tem sido suficiente para buscar uma participação maior das aldeias no desenvolvimento econômico, ecológico, político e social, junto ao governo federal. Através de diversas informações sobre a população indígena, percebe-se a necessidade dos indígenas a constituírem-se em associações e cooperativas’ relata.
Em uma área menor que um campo de futebol, com 300 metros quadrados, 680 índios sobreviveram nos últimos dois anos com recursos mínimos proveniente do extrativismo informal. Antônio Pastana, membro da aldeia e presidente da Coop.Indi.Amazon, explica que a cooperativa é uma forma de profissionalizar o trabalho e melhorar o manejo dos recursos da reserva.
A assistente social, Luciléa Santos, diz que o cooperativismo é a formação de um grupo de pessoas interessadas em atingir o mesmo objetivo. ‘É a relação interpessoal dos envolvidos em busca da satisfação pessoal e social, o que proporcionará as condições e meios para as suas conquistas empreendedoras, que se constituem como responsabilidade social’ afirma Luciléa.
‘Com a cooperativa, teremos o fortalecimento e proteção contra a violência exercida por posseiros e expectativas de melhorias no mercado produtivo. Também ficamos felizes em relembrar nossas crenças no dia do festejo’, revela o presidente da cooperativa indígena. Durante a inauguração houve um grande almoço tradicional e Antônio Pastana assumiu a presidência da cooperativa.
A Coop.Indi.Amazon implantará atividades voltadas para o aproveitamento racional dos recursos naturais amazônicos, como a piscicultura, apicultura, artesanato, recuperação de áreas alteradas – por meio da utilização de sistemas agroflorestais e manejo de plantas medicinais.
O presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado (OCB-PA), Ernandes Raiol, considera esse empreendimento um grande passo para o Estado do Pará, sobretudo em relação à organização social, econômica, institucional e produtiva. ‘Esse é um projeto piloto em que a OCB-PA espera promover o Estado em âmbito nacional. Estamos fazendo um levantamento para verificar se no Brasil já existe uma cooperativa indígena. Se não existir, podemos afirmar com orgulho que essa é a primeira e é paraense’, comenta Raiol.
DIREITOSO nome Iarapé I’wazú significa ‘Igarapé da fruta madura’ na língua tupi-guarani. Os tembés sofrem com os efeitos da atuação irregular de madeireiros e fazendeiros há anos. A cooperativa é mais uma forma de organização social para colaborar com as reivindicações de direitos junto aos órgãos públicos e poderes locais, com a diferença de poder econômico.
‘A partir do momento que uma comunidade ganha mais poder econômico, ela passa a se legitimar em outras esferas de poder e ganha mais forma política para conquistar novos direitos e cobrar os órgãos públicos’, explica o presidente da OCB-PA.
O antropólogo afirma que o cooperativismo numa aldeia é de grande importância. ‘Esse é um tipo de organização que os indígenas poderão evoluir ainda mais e serem inseridos verdadeiramente no processo de globalização, tão propalada, garantindo melhores condições de vida para a comunidade indígena’.
Por meio da cooperativa, os produtores indígenas receberão ainda qualificação técnica de organização social, o que permitirá a gestão de projetos e o fortalecimento das organizações indígenas. Todos os projetos terão assistência técnica permanente e serão monitorados pela OCB-PA para garantir a sustentabilidade.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Coop – Cooperativa de Consumo

Até o final deste ano, a Coop – Cooperativa de Consumo espera faturar R$ 42 milhões com as ações de relacionamento com clientes que realiza desde 2009. A meta é realista, uma vez que, no ano passado, quase 25% dos R$ 161 milhões de aumento no faturamento da rede, com 29 lojas na Grande São Paulo e interior, vieram justamente do marketing direto.
Antônio José Monte, presidente da Coop, explica que até 2007 a cooperativa tinha como meta a redução de custos para aumentar a margem líquida. Houve um momento, porém, em que não havia mais o que cortar. A partir daí, a rede contratou a consultoria Peppers & Rogers Group, para ajudar a conquistar aumento de vendas. O primeiro passo foi dividir em três grupos a base de 1,5 milhão de clientes, responsáveis por 85% das vendas da cooperativa.
O consumidor “A” é aquele que compra ao menos três vezes por mês, período em que gasta um valor mínimo de R$ 500. Outro perfil é o do consumidor “em desenvolvimento”, que visita a loja pelo menos uma vez a cada quatro meses, levando apenas alguns itens. Há ainda o consumidor “inativo”, aquele que não comprou nos últimos quatro meses.
Com base nesses dados, a Coop passou, em 2009, a disparar ações de marketing direto voltadas especificamente a cada grupo, por meio de malas diretas ou via central de atendimento. “Para o consumidor ‘A’, por exemplo, oferecemos bolo de aniversário”, exemplifica Antônio José Monte. “É o público que se abastece na Coop, queremos mantê-lo”, completa o presidente. Ao longo de 2010, a ação foi realizada com 84 mil clientes. Metade deles foi a uma das lojas buscar e bolo e, claro, aproveitou para fazer algumas compras.
Com foco em quem compra menos do que o desejado, outra ação ofereceu condicionador de cabelo por R$ 0,01 para quem levasse o shampoo. A taxa de conversão foi de 17%, considerada alta.Com ajuda das iniciativas de marketing direto, a margem líquida que era de 1,1% subiu para 1,5%.
Fonte: Valor Econômico

sexta-feira, 27 de maio de 2011

COOPERATIVA EDUCACIONAL

Por: Izabel Sadalla Grispino *

Diferentes organizações de ensino surgem no cenário educacional do País. Uma modalidade de escola em expansão são as chamadas cooperativas educacionais, formadas pelos próprios pais. Elas despontam em razão do descontentamento com o ensino público, com o particular, no aumento das suas mensalidades, e nos últimos cinco anos cresceram cerca de 80%.
As escolas cooperativas, no Brasil, iniciaram-se na década de 90. Há, atualmente, no País 625 escolas que são cooperativas filiadas à Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). No Estado de São Paulo, são 55, a maioria funcionando no interior. Em 1992, existiam apenas quatro cooperativas educacionais no Estado de São Paulo, mas o sucesso dessa organização tem ensejado a sua evolução.
São os pais dos alunos os fundadores da cooperativa e também seus financiadores. Para a abertura, cada pai contribui com cerca de R$ 300,00, acrescidos, por mês, do rateio das despesas. A mensalidade é substituída pelo rateio, que varia de escola para escola e é controlado pelos seus membros. Quando os filhos saem da escola, os pais deixam a cooperativa e levam o que restou de sua parte no capital. Novos alunos significam novos pais cooperados. Os pais cuidam da escola com dedicação e interesse, como uma construção deles. Em média, é 40% mais barato que as mensalidades das escolas particulares.
A escola é administrada pelos pais, por meio de conselhos eleitos e a responsabilidade pela execução da linha pedagógica, escolhida pelos pais, cabe ao professor e aos profissionais da área da educação contratados pela cooperativa. Tem tido prioridade a adoção do modelo de ensino que se apoia no método socioconstrutivista. O cooperativismo é ressaltado como uma construção de valores.
Nem todos os pais trabalham na administração da escola, mas todos estão por perto, com direito a esclarecimentos e a opinar. Os pais que não fizeram parte da fundação das cooperativas usufruem igualmente da participação direta da gestão e abraçam a causa com o mesmo sentido de sucesso educacional.
Estas escolas não visam lucro, têm como principal objetivo a boa formação do aluno. A sobra de dinheiro vai para melhorar a infra-estrutura, quer dos recursos humanos, na capacitação docente, quer dos recursos materiais, na compra de equipamentos, de material didático-pedagógico. Nas escolas particulares, o pai paga a mensalidade, praticamente se retrai e aguarda o resultado. Nas cooperativas, eles crescem com a participação, quer da esfera administrativa, quer da pedagógica. Isso resulta em um triplo incentivo: da escola, dos pais e dos alunos.
A escola cooperativa é um trabalho interativo entre família e escola. Há um envolvimento produtivo. É uma escola que precisa mostrar serviço, comprovar um bom rendimento escolar, manter bom conceito. Revelam as estatísticas que as cooperativas educacionais têm demonstrado um padrão muito bom de ensino. Elas criam condições para ter qualidade.
Há escolas cooperativas que se tornaram famosas pelo sucesso de seus alunos, como a escola de Goiatuba, no interior de Goiás, fundada em 1992, tendo hoje cerca de 400 alunos. Nestes últimos vestibulares da Fuvest, Unicamp e Fundação Getúlio Vargas, um seu aluno, Lucas Mendes, foi o 1.º colocado. Outras cooperativas educacionais aprovam, segundo dados de pesquisa, alunos do ensino médio, em vestibulares concorridos, sem necessidade de freqüentar cursinhos.
Não se tem notícia de cooperativas educacionais mal organizadas, mal sucedidas. O empenho dos pais contamina professores e alunos e no conjunto há um esforço, uma vontade de todos, para colocá-las em um bom termo, em um bom desenvolvimento.
As escolas cooperativas são regidas pela Lei Federal n.º 2.764/71. As pessoas, os pais, interessados em formar uma cooperativa educacional, devem valer-se dos seguintes requisitos: constituir, pelo menos, 20 pessoas que pagam a cota-parte, formando o capital da cooperativa. Essas pessoas farão parte da assembléia, que elegerá o conselho administrativo e o conselho fiscal da cooperativa, ambos com mandato de dois anos. Cria-se o estatuto da cooperativa, registra-o na Junta Comercial e na Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp) ou do Estado correspondente. Uma equipe de educadores, que também pode ser outra cooperativa, é contratada para executar a linha pedagógica, já escolhida pelos pais.
As cooperativas educacionais são uma excelente oportunidade para não se onerar as despesas da família, com a vantagem de ver os filhos freqüentando uma escola que prima, acima de tudo, por seu bom nome, oferecendo um ensino de qualidade, um ambiente regido pelos próprios pais.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Conceitos de Cooperativismo e Associativismo

 O associativismo e o cooperativismo são conceitos que apresentam correlação às definições dos capitais: humano, social e empresarial – fatores estes fundamentais para a promoção do desenvolvimento territorial.

O capital humano, na medida em que pressupõe o crescimento das habilidades, conhecimentos e competências das pessoas, pode se incorporar ao conceito do associativismo no que se refere à proposta de reunir um grupo de pessoas ou de entidades em busca de interesses comuns, sejam eles econômicos, sociais, filantrópicos, científicos, políticos ou culturais.

Esse grupo de pessoas ou entidades, para alcançarem seus fins, necessita, também, de confiança, cooperação, ajuda mútua, o que nos remete ao conceito de capital social. Assim, as associações, e a forma como reúnem seus objetivos, mesmo que não sejam lucrativos, devem adotar métodos de trabalho que estimulem o fortalecimento do capital humano e social, favorecendo sua forma de organização e motivação das pessoas envolvidas.

O cooperativismo, por sua vez, apresenta uma relação estreita com o conceito de capital empresarial ou cultura empreendedora. Em sua essência, o cooperativismo caracteriza-se por uma forma de produção e distribuição de riquezas baseada em princípios como a ajuda mútua, a igualdade, a democracia e a equidade. Desta forma, para que o cooperativismo seja eficiente no sistema econômico, é fundamental o crescimento da atitude pró-ativa dos agentes locais que se tornam sujeitos protagonistas do seu empreendimento, melhorando, assim, as condições de renda dos cooperados, bem como as condições de trabalho e a independência do trabalhador. Nota-se, aí, a importância de uma atitude empreendedora dos sujeitos, como preconiza o conceito de capital empresarial.

Rabobank + Sistema Sicredi

Parceria com o Rabobank deixa o Sistema Sicredi “ainda mais forte”

A parceria aprovada na semana passada pela presidente Dilma Rousseff entre o Banco Cooperativo Sicredi e o holandês Rabobank, um dos maiores bancos de crédito cooperativo do mundo, abre perspectivas para que a instituição brasileira “fique ainda mais forte”, segundo avalia o presidente da Sicredi União, Wellington Ferreira.

O Rabobank adquiriu 30% de participação no Banco Sicredi, fundado em 1996, o que significa um aporte de R$ 100 milhões no capital deste.

Ferreira informa: “Mais do que apenas injetar recursos, o banco cooperativo holandês de atuação global deverá colocar toda a sua ‘expertise’ a serviço do Sistema Sicredi, que é o mais importante”. E assegura: “Vamos agregar novos conhecimentos que se transformarão em serviços e oportunidades”, relacionando como exemplos operações com leasing e crédito imobiliário, nas quais o Sicredi ainda não atua.

Mais do que “um marco histórico”, a aproximação do Sicredi com o Rabobank revela, na visão do presidente, como o mercado internacional está vendo esse sistema de crédito cooperativo brasileiro. “O Rabobank se sentiu atraído pela solidez e a maneira sistêmica de atuar do Sicredi, que assim passa a ter uma nova dimensão”, cita Ferreira, resumindo: “ele vem para ser nosso parceiro”.

Depois que o Rabobank firmou parceria com o Banco Cooperativo Sicredi, outras grandes instituições financeiras da Europa e da América do Norte procuraram a instituição brasileira, conta o presidente, colocando-se à disposição para negócios.

Fonte: http://www.diariodonoroeste.com.br/novo/noticia_det.php?cdnoticia=43161

quarta-feira, 25 de maio de 2011

OCB e mercado de carbono

A ameaça da emissão de gases na atmosfera e o consequente aumento do efeito estufa sobre a mudança climática têm exigido uma busca permanente de soluções. Por outro lado, um novo paradigma de produção, baseado no desenvolvimento sustentável, cria oportunidades estratégicas de crescimento em diversas áreas de atividade e campos do conhecimento. A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) desenvolve projetos em conjunto com cooperativas com os objetivos:

Ambiental
Propiciar às cooperativas a redução das emissões de Gases Efeito Estufa (GEE) e de resíduos da produção agropecuária e agroindustrial. Isso contribui para a mitigação de seus passivos ambientais, das mudanças climáticas do planeta, e garante a sustentabilidade dos recursos renováveis

Econômico
Prospectar novas oportunidades de mercado para as cooperativas

Social
Promover o desenvolvimento das cooperativas e das comunidades onde estão inseridas, permitindo o acesso do pequeno produtor a todos os benefícios gerados pelas novas práticas de atuação.
Para mais informações acesse: http://carbono.brasilcooperativo.coop.br/

terça-feira, 24 de maio de 2011

Cooperativas de reciclagem do lixo

  As cooperativas de catadores no Brasil vem se expandindo rapidamente podendo se tornar um negócio de futuro, e hoje são encontradas nas grandes e pequenas cidades do interior, e sua importância enquanto movimento social é cada vez mais reconhecida. As cooperativas via de regra são pautadas com base na economia social solidária, em que os meios de produção e também a renda gerada pelo processo são distribuídas entre os catadores.  O principal objetivo das cooperativas fundadas neste molde são de gerar trabalho, renda e melhores condições de vida a uma parcela da população excluída, seguido pelas questões ambientais e de preservação do meio ambiente.

A demanda crescente por produtos industrializados e descartáveis faz com que cresça imensuravelmente o número de embalagens de todos os tipos, formas e materiais, como resultado do consumismo característico da população contemporânea. O aumento da produção e do consumo responsável traz reflexos diretos no meio ambiente, aumentando a degradação dos recursos naturais renováveis e não renováveis do planeta, como o solo, a água e o ar. As embalagens e os resíduos deste consumo desenfreado provocam o crescimento do volume de lixo depositado nos aterros e lixões das cidades, que se transformam também em matéria prima para os catadores, que passam a fazer parte desta cadeia produtiva.

Parte do lixo depositado nos lixões e aterros se transforma rapidamente em renda para famílias inteiras, levando inclusive crianças para o trabalho nesse ambiente hostil. Sem organização, muitas dessas famílias e dessas crianças passam a ser exploradas por empresas privadas e empreendedore individuais que atuam com a revenda de material reciclável. Nesse contexto se destaca a importância social das cooperativas, como uma forma de organizar os catadores de forma que elas possam ganhar pela sua própria produção, sem ter seu trabalho duro explorado, além de ser uma forma de tirar as crianças desse mercado de trabalho tão duro quanto perigoso. Através da organização de cooperativas de catadores o setor público também passa a atuar nesse meio, possibilitando a inserção de projetos sociais e ações de saúde, promovendo uma melhor qualidade de vida para essas pessoas.

A organização das cooperativas acontece com a associação de um grupo de pessoas, no caso os catadores, que tem objetivos comuns, tomam decisões em assembléias, e dividem igualmente obrigações e benefícios, e além dos objetivos econômicos a cooperativa visa o interesse e o bem comum dos seus cooperados. A união dos trabalhadores em grupos organizados é o princípio básico que resulta na melhoria das suas condições econômicas e sociais, pois além de aumentar a renda melhora a qualidade de vida e todos os aspectos relacionados ao desenvolvimento humano, pois cria postos de trabalho, gera renda, diminui o trabalho infantil, e dessa forma garante a inserção econômica e social desses grupos causando um equilibrio econômico.  Além dessas questões econômicas e sociais o aspecto ambiental também é muito importante, pois as cooperativas contribuem decisivamente para a diminuição do impacto ambiental causado pelo consumo.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Vídeo - História do Cooperativismo

Este vídeo foi elaborado e apresentado em maio/2011 na disciplina de Mercados Cooperativos, do curso superior em Gestão de Cooperativas, UNIVATES. Turma do professor João Carlos Britto.

O desenvolvimento do Cooperativismo.

Foi lento o crescimento do cooperativismo no país. Entretanto, dois fatores deram-lhe impulso a partir da década de 30 do século passado: a crise econômica, provocada pelo colapso da Bolsa de New York, de 1929 e o governo instalado pela revolução de 1930. Até essa data, o cooperativismo no Brasil caminhava muito lentamente. Foi a crise econômica mundial estimulou a emergência de cooperativas, especialmente no Sul do país.
Até o princípio do século XX, a legislação brasileira – e o próprio Código de Comércio de 1850 – era omissa quanto às sociedades cooperativas. A primeira regulação legal deu-se pelo Decreto nº 1637, de 05.01.1907, que disciplinou a criação de sindicatos profissionais e sociedades cooperativas. Todavia, foi com o Decreto nº 22.239, de 19.12.1932, que o cooperativismo se consolidando no Brasil.
Pelo Novo Código Civil, as sociedades cooperativas são “sociedades personificadas não empresárias” e “sociedades mistas (de Pessoas e de Capital)”. Seu capital social é dividido em cotas-partes, que não podem ser transferidas a terceiros estranhos à sociedade, ainda que por herança. Nenhum associado pode subscrever mais de um terço do total das cotas-partes – salvo em condições especiais. As transferências entre associados devem ser averbadas no Livro de Matrícula, mediante termo que conterá as assinaturas do cedente, do cessionário e do diretor que o estatuto designar. As cooperativas são regidas pelos artigos 1.093 a 1.096 do Código Civil, Lei nº 10.406, de 10.01.2002, e pela Lei nº 5.764, de 16.12.1971 (naquilo em que ela não colide com a Constituição Federal e o Código Civil).

Segundo a Organização das Cooperativas Brasileiras, em dezembro de 2009 havia em nosso país 7.261 cooperativas, as quais tinham 8.252.410 associados e 274.190 empregados, atuando nos ramos de agropecuário, consumo, crédito, educacional, habitacional, infraestrutura, mineral, produção, saúde, trabalho, transporte e turismo e lazer e fazendo uma movimentação econômica anual estimada em 88,50 bilhões de reais e exportando quase dois bilhões de dólares em 1996.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Cooperativa

De acordo com a definição proposta pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI), cooperativa é uma associação de pessoas que se unem, voluntariamente, para satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, através de uma empresa de propriedade comum e democraticamente gerida. Cultura da cooperação é uma filosofia baseada em conceitos e valores humanísticos como solidariedade, confiança e organização funcional de grupos. Tem como propósito substituir o individualismo pela ação coletiva. Foi a partir dos conceitos adotados pela cultura da cooperação que o cooperativismo se desenvolveu. Dados da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) mostram que existem, atualmente, 800 milhões de cooperados em todo mundo. No Brasil, o cooperativismo mantém seis milhões de cooperados e gera cerca de 160 mil empregos, de acordo números da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).

Direitos e Deveres do Cooperado

Direitos

- Ser consumidor e usuário dos serviços oferecidos pela cooperativa.
- Participar das atividades econômicas, sociais e educativas.
- Retorno das sobras proporcional ao valor de operações no exercício.
- Participar das assembléias gerais, decidindo pelo voto os assuntos de interesse da sociedade.

Deveres

- Debater idéias e decidir, pelo voto, os objetivos e metas de interesse. Respeitar as decisões votadas nas assembléias gerais que representam a vontade da maioria.
- Zelar pelo interesse comum e autonomia da sociedade. Denunciar, sempre, os procedimentos indevidos.
- Colaborar no planejamento, funcionamento, avaliação e fiscalização das atividades.
- Estimular a integração da cooperativa com o movimento cooperativista

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O QUE O MOVIMENTO OWENISTA TEM A VER COM O MOVIMENTO COOPERATIVISTA?

Metade dos pioneiros de Rochdale vinham de uma corrente do movimento owenista. “Podemos afirmar, portanto, que Rochdale é fruto da decepção de uma parte de Owenistas com o seu líder.”

domingo, 15 de maio de 2011

O Owenismo

A busca por uma sociedade baseada na cooperação e não na competição é contemporânea do liberalismo que defendia a tese de que o interesse pessoal e os impulsos naturais de competição estimulavam a atividade econômica e garantiam a produção de mais bens a menor custo, beneficiando toda a nação.
Em 1799, Robert Owen (1771-1858) tornou-se sócio e administrador das manufaturas de algodão em New Lanark, Escócia. Revoltado com os maus tratos infligidos aos trabalhadores, Owen decidiu melhorar suas vidas e mostrar que era possível fazê-lo sem prejuízo dos lucros. Assim, elevou os salários, ofereceu melhores condições de trabalho, passou a não admitir crianças menores de 10 anos, deu aos trabalhadores moradia, alimentos e roupas descentes.
A partir de experiências como a de New Lanark, os owenistas elaboraram minuciosamente os fundamentos de suas idéias:
•o trabalho é a fonte de toda riqueza e portanto é a classe trabalhadora que cria toda a riqueza;
•embora os trabalhadores sejam os produtores da riqueza, ao invés de serem os mais ricos, são os mais pobres, e assim sendo, não podem receber apenas recompensas pelo seu trabalho;
•viver em comunidade sob os princípios da cooperação mútua, da posse comum e da igualdade de direitos.
Levando à prática estas idéias, os owenistas propunham como diretrizes para a cooperativa que os cooperativados se protegessem mutuamente contra a pobreza através de um capital comum, a ser constituído a partir de uma subscrição semanal, que formaria um fundo, e o investimento deste capital em atividades comerciais, a fim de gerar trabalho para seus membros.
Owen defendia que “toda a ordem econômica e social deveria ser substituída por um novo sistema baseado na convivência harmoniosa e não na competição. Rompendo suas ligações com o sindicalismo e com as experiências cooperativistas em seu aspecto mercantil, “Owen tornou-se um visionário”.[9]
O movimento Owenista atravessou embates internos profundos. Os socialistas defendiam um novo “sistema social” e os outros defendiam o Owenismo como uma nova religião racional. Em 1839, os socialistas assumiram a direção da comunidade de Queenswood, que passou a se chamar Harmony Hall, e começaram a por em prática os princípios da nova vida. Apesar das divergências, a comunidade começou a funcionar graças ao apoio de alguns ricos convertidos ao Owenismo. No entanto, com o passar do tempo, os conflitos surgiram. Alguns defendiam a igualdade total entre pobres e ricos e os outros, os ricos, não quiseram abrir mão dos padrões de vida a que estavam acostumados.
Por exemplo, empregando trabalhadores domésticos para serviços caseiros.
Queenswood fechou em 1846. Dentre os motivos, os mais relevantes foram:

•fim do apoio financeiro dos sócios mais ricos;
•divisão entre ateus e não ateus;
•divergências entre lideranças com relação à capacidade dos trabalhadores exercerem a auto-gestão.
Segundo Thompson,
“o Owenismo foi a primeira das grandes doutrinas sociais a criar no imaginário popular a aceitação das máquinas da revolução industrial pois mostrou para as massas que não era a máquina em si o motivo do lucro mas sim o controle do capital social e que a alternativa era o controle social em bases de cooperativas”.

O Cartismo

Ao movimento cartista aderiram trabalhadores e radicais intelectuais em torno de uma plataforma de reformas políticas. Nas décadas de 1830-1840, os cartistas lutaram por medidas como:
•sufrágio universal masculino;
•voto secreto;
•fim da exigência de propriedade para os candidatos a membros do Parlamento;
•eleições anuais para o Parlamento.
O programa cartista perdurou até o final do século quando todas as suas reivindicações foram aceitas com exceção das eleições anuais. O grande momento do movimento ocorreu em 1848 quando o irlandês O’Connor organizou uma manifestação popular e apresentou ao Parlamento um abaixo-assinado com 2 milhões de assinaturas.

Engels caracterizou o cartismo como

“a forma condensada da oposição à burguesia... um movimento essencialmente operário que não estava nitidamente separado da pequena burguesia radical”.

OS MOVIMENTOS QUE ANTECEDERAM ROCHDALE

Fortes movimentos sociais antecederam a fundação da Sociedade dos Pioneiros de Rochdale. A revolta dos trabalhadores contra as condições de vida e de trabalho impostas pela burguesia deflagrou-se desde que o desenvolvimento industrial teve início. Destes movimentos, os dois que mais influenciaram o cooperativismo foram:

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Cooperativismo no Brasil

No Brasil o cooperativismo teve início por volta do século XIX, com destaque para o meio rural; hoje, ele é regulado por leis próprias e subordinado ao Conselho Nacional de Cooperativismo, órgão pertencente ao Ministério da Agricultura, possuindo ainda uma instituição financeira especial, o Banco Nacional de Crédito Cooperativo, e diversas outras instituições, governamentais ou não, que se dedicam ao assunto. Internacionalmente, conta com a Aliança Cooperativa Internacional (ACI) e diversos outros órgãos relacionados a segmentos específicos. O cooperativismo vem ganhando cada vez mais adeptos no Brasil e no mundo; no ano de 2006 o número de cooperados no Brasil era de 7,4 milhões, sendo 2,8 milhões só no Estado de São Paulo, conforme divulgado pela Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo, a OCESP.

Mondragón Cooperative Corporation - História

Em 1941, Don José Arizmendiarrieta chegou à pequena cidade de Mondragón, situado no centro do País Basco Espanhol. Em 1943, ele fundou a Escola Politécnica, e cerca de dez anos mais tarde, em 1956, a primeira cooperativa, ULGOT, onde se fabrica a marca de eletrodoméstico FAGOR. O primeiríssimo agrupamento de cooperativas (ULARCO-FAGOR) nasceu em 1964, seguido dois anos depois por um dos elementos mais inovadores, ALECOP, uma fábrica onde empregos em tempo parcial são reservados para estudantes, de forma a lhes permitir ganhar algo para continuar seus estudos. É preciso ter em mente que a Espanha de forma geral, e mais ainda esta região, é muito pobre naquela época, e que as pessoas estão apenas se livrando dos efeitos da guerra civil. Em 1974, nasceu um centro de pesquisa, e progressivamente o vasto império que a Mondragón Cooperative Corporation é hoje. A forma atual da estrutura MCC foi adotada pelo Congresso de 1991.

Origens do cooperativismo no Brasil

No Brasil, nossos povos indígenas, através da realização de atividades econômicas e sociais em comum, deram origem à prática do mutirão, atividade comum em nosso país. Os nossos índios adotam um sistema tribal de ajuda mútua desde o plantio da terra, a colheita, o armazenamento, a caça, a moradia ou a educação de suas crianças. Essas formas de cooperação foram evoluindo ao longo do tempo, chegando ao que hoje denominamos cooperativismo moderno.

Valores do Cooperativismo

As cooperativas baseiam-se em valores de ajuda e responsabilidade próprias, são eles:
- Ajuda Mútua e Responsabilidade
- Democracia
- Igualdade
- Equidade
- Solidariedade
- Honestidade
- Transparência
- Responsabilidade Social

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Primórdios da Cooperação


Estudos comprovam que havia cooperação entre os homens desde os primórdios, estando sempre associada às lutas pela sobrevivência, às crises econômicas, políticas e sociais, bem como às mudanças.
Os povos antigos praticavam a cooperação na sua luta pela sobrevivência. A caça e a pesca em comum, a construção de habitações e a defesa da comunidade eram realizadas em conjunto pelos membros dos grupos. Além dessas atividades, nas sociedades mais primitivas a cooperação aparecia nas manifestações religiosas, componentes da vida social, mantendo-se pelo costume ou pela autoridade dos chefes tradicionais. Em qualquer caso a cooperação exprime a solidariedade instintiva do grupo. Em todos os povos encontramos vestígios e instituições baseadas na cooperação sem prévias formulações jurídicas ou normatizações escritas. Constituem mudanças espontâneas, benefício comum, trabalho em grupo, solidariedade e ajuda-mútua.
Entre todos os povos, sempre existiram tradições de solidariedade social, com primitivas significações rituais. Esses costumes tradicionais revelam que a cooperação responde a uma necessidade profunda da humanidade.

Segmentos do cooperativismo no Brasil

Agropecuário: são cooperativas de produtores rurais e atividades similares e, ainda, de fornecedores de insumos agropecuários.
Consumo: são cooperativas de consumo, abertas ou fechadas, para compra em escala de produtos, insumos e serviços.
Crédito: são cooperativas de crédito rural e de crédito urbano, que visam facilitar o acesso ao crédito, com uma taxa de juros baixa e prestações adequadas para o financiamento de projetos próprios e de compras diversas.
Educacional: são cooperativas de alunos de escolas de diversos graus e pelas cooperativas de pais de alunos.
Especial: são cooperativas de deficientes mentais, escolares, de menores de 18 anos, de índios não aculturados, de deficientes físicos e de outras pessoas relativamente capazes.
Habitacional: são cooperativas de construção, manutenção e/ou de administração de conjuntos habitacionais e condomínios.
Mineração: são cooperativas cujo objetivo é a exploração minério.
Produção: são cooperativas de bens de consumo, tais como: eletros domésticos, tecidos, móveis, produtos mecânicos e metalúrgicos e outros bens de consumo nas quais os meios de produção pertencem à pessoa jurídica e os cooperados formam os quadros diretivo, técnico e funcional da empresa.
Serviço: são cooperativas que tem como objetivo a prestação de diversos serviços comunitários.
Trabalho: são cooperativas formadas pela união de diversos profissionais e/ou técnicos que desenvolvam atividade comum, como arquitetos, artesãos, artistas, auditores e consultores, aviadores, cabeleleiro, carpinteiros, catadores de lixo, e outros.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Os sete princípios do Cooperativismo

- Adesão livre e voluntária;
- Controle democrático pelos sócios;
- Os sócios participam de forma igualitária e democrática no capital da cooperativa;
- As cooperativas são órgãos autônomos e independentes controlados por seus membros com a finalidade de ajuda mútua;
- As cooperativas possuem o dever de educar, treinar e informar seus sócios, dirigentes, administradores e funcionários contribuindo para o seu desenvolvimento.
- As cooperativas devem trabalhar em conjunto e ajudar-se mutuamente através de estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais;
- As cooperativas devem trabalhar pelo desenvolvimento sustentável de suas comunidades com a ajuda e aprovação de seus membros.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

História do Cooperativismo

No século 18 aconteceu a Revolução Industrial na Inglaterra. A mão-de-obra perdeu grande poder de troca. Os baixos salários e a longa jornada de trabalho trouxeram muitas dificuldades socioeconômicas para a população. Diante desta crise surgiram, entre a classe operária, lideranças que criaram associações de caráter assistencial. Esta experiência não teve resultado positivo.
Com base em experiências anteriores buscaram novas formas e concluíram que, com a organização formal chamada cooperativa era possível superar as dificuldades. Isso desde que fossem respeitados os valores do ser humano e praticadas regras, normas e princípios próprios.
Então, 28 operários, em sua maioria tecelões, se reuniram para avaliar suas idéias. Respeitaram seus costumes, tradições e estabeleceram normas e metas para a organização de uma cooperativa. Após um ano de trabalho acumularam um capital de 28 libras e conseguiram abrir as portas de um pequeno armazém cooperativo, em 21-12-1844, no bairro de Rochdale-Manchester (Inglaterra).
Nascia a Sociedade dos Probos de Rochdale, conhecida como a primeira cooperativa moderna do mundo. Ela criou os princípios morais e a conduta que são considerados, até hoje, a base do cooperativismo autêntico. Em 1848, já eram 140 membros e, doze anos depois chegou a 3.450 sócios com um capital de 152 mil libras.
Fonte: OCB

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